AYAO OKAMOTO – DESDOBRAS
Ayao Okamoto é artista visual e professor. É graduado em Artes Plásticas pela Fundação Armando Álvares Penteado – FAAP. Mestre e doutor em Poéticas Visuais pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, ECA-USP.
Participou de várias exposições nacionais e internacionais, coletivas e individuais, em museus e galerias de grande relevância (como Plaza Gallery em Tóquio, Galeria Jorge Amado em Paris, MASP em São Paulo, entre outros).
O artista exibirá suas mais recentes obras, no Humanar, em São Paulo, a partir do dia 9 de novembro.

Leia:
http://www.institutopinheiro.org.br/eventos/desdobras-2/?localidade=sao-paulo#.WeZkmdQrJkj
http://www.mapadasartes.com.br/espacos.php?id=5876&ncid=1&lid=3&pg=
http://www.zoomzine.com.br/single-post/2017/10/24/Ayao-Okamoto-volta-a-fazer-uma-exposi%C3%A7%C3%A3o-individual-em-S%C3%A3o-Paulo
http://www.arteinformado.com/agenda/f/desdobras-147584
https://www.guiadasartes.com.br/sao-paulo/desdobras-2017-11-09
http://www.zoomzine.com.br/agenda
http://www.nippo.com.br/2.semanal.agenda/index.php
www.sampaonline.com.br/cultura/espetaculo.php?id=93545
http://arteref.com/evento/ayao-okamoto-no-espaco-cultural-humanar/
http://rodacidade.com.br/ta-rolando/desdobras-galeria-humanar/


29/10 – 27/11 (Sábados e domingos)

Cripta Djan | Em Nome do Pixo
Cripta Djan não é um simples nome artístico. Djan é de batismo, Cripta é o codinome de um grupo. Cripta também é uma marca, um logotipo, um sobrenome que todos os integrantes desse coletivo usam, uma espécie de alcunha que é pretensa e sustentada nas ruas de São Paulo e em espaços de socialização determinados, que rege regras próprias de conduta, à margem da sociedade comum. Djan usa Cripta como nome, pois não é possível dissociá-lo do movimento social paulistano conhecido como Pixação. A atuação nas ruas a partir de preceitos originados há mais de trinta anos, sustentados e aperfeiçoados até hoje, foi a verdadeira escola de Djan. Na falta de uma estrutura social inclusiva e devido à ausência de capital econômico e cultural para superar a sua condição de classe, Djan optou há vinte anos por aderir a uma organização social delinquente como forma de reduzir a violência simbólica sofrida durante sua infância e início da adolescência.
Djan, com personalidade incomum, detentor de um grande conhecimento prático e teórico sobre a pixação e líder dos grupos nos quais atuou, é, atualmente, o principal responsável pelo processo de legitimação dessa cultura que se situa entre o fenômeno social e estético. O avanço de Djan em lugares até então nunca explorados por pixadores o promoveu ao papel de interlocutor-mediador entre o universo dos pixadores e a sociedade como um todo. Esse processo nem sempre foi pacífico, pois trata-se de adentrar em espaços sociais da cultura dominante, que lhe foram negados desde a infância tanto pelo Estado como pela sociedade.
A história de Djan revela como um jovem transgressor, advindo da periferia, se envolve com a discussão da arte contemporânea sem perder os laços com sua base social. Djan é reconhecido em várias instâncias como pixador e artista, o que torna a sua vivência permeada por tensões, dificultando o seu trânsito no campo da arte. Não fosse o seu contato com o marchand João C, talvez Djan tivesse apenas explorado as bordas desse campo. Mas, mediante a assessoria de João, em interlocução com o mercado da arte, Djan teve a oportunidade de explorar o habitus absorvido no campo da pixação por meio de aparatos artísticos tradicionais.
A qualidade da obra de Djan, produzida em estúdio, está justamente no contraponto entre as palavras Cripta e Djan: o social e o singular, o habitus e a psique. Djan assume como linguagem um código que o distingue socialmente. Ao usar a letra reta e monocromática da pixação como inspiração, é possível notar as fronteiras entre o desenho e a escrita, a forma e a contraforma, o legível e o ilegível, o certo e o errado. A natureza de suas composições com base em um estilo tipográfico vernacular, legitimamente brasileiro e contraventor, nos permite questionar os limites da apreciação estética, algo sempre em construção no campo da arte.
Gustavo Lassala
Professor, pesquisador e autor do livro “Em Nome do Pixo’’
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LEIA
Vaidapé: Pixo é a retomada da cidade por parte dos excluídos (Link)
O Viés: O Pixador é o artista que transcendeu as telas (Link)
BrutForce: The Brazilian Artist Legitimatizing Pixação in the Arts (Link)
Risk Underground: Entrevista: Cripta Djan (Link)
O Beijo: “Cheguei aqui na paz. Não roubei e nem virei escravo de playboy” (Link)
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